"... sustento que um ato de fala é um ato corpóreo, e que a força do performativo nunca é totalmente separada da força corpórea: isso constituindo o quiasma da "ameaça" enquanto ato de fala ao mesmo tempo corpóreo e linguístico [...] em outras palavras, o efeito corpóreo da fala excede as intenções do falador, propondo a questão do ato de fala ele mesmo como uma ligação do corpóreo e forças psíquicas."



(Butler 2000:255)



sábado, 30 de outubro de 2010

Da idéia para a ação.

A comunicação pretende anunciar que o corpo ao dançar configura uma ação que implica em seu próprio pensamento. Através de mediações que se apresentam como organização, encontram-se crenças e hábitos de ações dispostos nas relações entre o interior e o exterior. Estas, possibilitam a ocorrência de transformações e mudanças de conduta enunciadas  no corpo que dança, organizando o fazer artístico performativamente a partir das experiências e observações das condições de se estar no mundo. 
O estado anterior à ação de um corpo que dança é um estado de potência , um estado de invisibilidade. Agindo na performatividade é possível tornar visível as diversas falas e ações do corpo, que questionam a existência de um contexto dado, atuando para inauguração de novos contextos. No ambiente da performatividade o fazer artístico é a ação inteligente do corpo, o seu próprio significado, pois o movimento é ato do corpo e se apresenta em sua inteireza. O corpo ao dançar enuncia um comprometimento existente na correlação entre idealidade e conduta. O sentido que é constituido pelo conjunto das ações retorna como generalidade. O visível então, que aparece como movimento performativo, é pensamento desse corpo.

Jussara Setenta


Inaê Moreira - POP UP VENTANA 1 (GDC)



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