"... sustento que um ato de fala é um ato corpóreo, e que a força do performativo nunca é totalmente separada da força corpórea: isso constituindo o quiasma da "ameaça" enquanto ato de fala ao mesmo tempo corpóreo e linguístico [...] em outras palavras, o efeito corpóreo da fala excede as intenções do falador, propondo a questão do ato de fala ele mesmo como uma ligação do corpóreo e forças psíquicas."



(Butler 2000:255)



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Painel Performático

Apresentei o segundo experimento de CORPO QUIASMA na Escola de Dança da UFBA no dia 22/11.
Desta vez uma instalação, onde explorei novas experimentações de composição de imagens e concepções de figurino e espaço(cenário), também explorando novas movimentações e outras possibilidades de contato mais direto com o público.

veja um pedacinho em:



Edição de Imagem: Thulio Guzman

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

POP-UP Ventana 1 chega a Belém.



clique na foto para ampliar
 

Tudo lindo, linda recepção, lindos dias em Belém do Pará!

Alguns agradecimentos:
a Gilsa, e a todos do GDC em primeiro lugar
a Cilene,e Dalila, junto com a UFBA
a Valedete Brito(PA)
ao SESC-PA Doca
e a Escola de Teatro e Dança da UFPA

A todos os outros que tornaram possível esse projeto!
É só o começo!
Uhu!

sábado, 30 de outubro de 2010

Da idéia para a ação.

A comunicação pretende anunciar que o corpo ao dançar configura uma ação que implica em seu próprio pensamento. Através de mediações que se apresentam como organização, encontram-se crenças e hábitos de ações dispostos nas relações entre o interior e o exterior. Estas, possibilitam a ocorrência de transformações e mudanças de conduta enunciadas  no corpo que dança, organizando o fazer artístico performativamente a partir das experiências e observações das condições de se estar no mundo. 
O estado anterior à ação de um corpo que dança é um estado de potência , um estado de invisibilidade. Agindo na performatividade é possível tornar visível as diversas falas e ações do corpo, que questionam a existência de um contexto dado, atuando para inauguração de novos contextos. No ambiente da performatividade o fazer artístico é a ação inteligente do corpo, o seu próprio significado, pois o movimento é ato do corpo e se apresenta em sua inteireza. O corpo ao dançar enuncia um comprometimento existente na correlação entre idealidade e conduta. O sentido que é constituido pelo conjunto das ações retorna como generalidade. O visível então, que aparece como movimento performativo, é pensamento desse corpo.

Jussara Setenta


Inaê Moreira - POP UP VENTANA 1 (GDC)



quinta-feira, 28 de outubro de 2010



algumas experimentações com o saco
Part.2

vídeo: JOÃO MATOS.

CORPO QUIASMA, dia 12 de Novembro



A CIA OBCENA DE ARTES invade o Teatro Gamboa Nova no dia 12 de Novembro para participar do É Vento de Todos!

ás 16h apresentarei meu solo, ainda em processo: Corpo Quiasma
ás 17h Thiago Enoque apresentará uma das performances do seu espetáculo sólo premiado pelo Edital Yanka Rudzka: Autólise


Esse evento é uma programação paralela no mês de Novembro para a comemoração do aniversário do nosso queridíssimo Teatro Gamboa.

Não percam!

abraços,

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Corpo Quiasma [in] MOLA



                                                   FOTOS: THULIO GUZMAN

Praça Pedro Archanjo - Pelourinho
MOLA - Mostra Osso Latino Americana de Performances.

domingo, 17 de outubro de 2010

Quiasma óptico


O quiasma óptico é uma estrutura em formato de X formada pelo encontro de dois nervos ópticos.
No quiasma óptico as fibras da parte medial de cada retina cruzam para projetarem para o outro lado do cérebro, enquanto que as fibras da parte lateral da retina continuam no mesmo lado.
 Como resultado temos que cada hemisfério cerebral recebe informações sobre o campo visual contralateral de ambos os olhos.

Doença relacionada com o quiasma óptico: cegueira

A imagem e o olho do furacão.

Traçando um paralelo entre Jacques Aumont e Norval Baitelo


A imagem - como toda cena visual olhada durante certo tempo - se vê, não apenas no tempo, mas à custa de uma exploração que raramente é inocente; é a integração dessa multiplicidade de fixações particulares sucessivas que faz o que chamamos nossa visão da imagem.

O que nos trazem as imagens? Por que é que existiram em quase todas sociedades humanas? Como são olhadas?

* O espectador constrói a imagem, a imagem constrói o espectador.

Como o alimento das imagens é o olhar e como o olhar é um gesto do corpo, transformamos o corpo em alimento do mundo das imagens - refiro-me aqui a um dos tipos de “iconofagia” possíveis (cf. Baitello 1999 e Baitello 2000) - inaugurando um círculo vicioso. Quanto mais vemos, menos vivemos, quanto menos vivemos , mais necessitamos de visibilidade. E quanto mais visibilidade, tanto mais invisibilidade e tanto menos capacidade de olhar. Assim, o primeiro sacrifício desse círculo vicioso termina por ser o próprio corpo, em sua complexidade multifacetada, tátil, olfativa, auditiva, performática e proprioceptiva. A redução do corpo a “observador da observação” é o testemunho mais patente de um processo de perda da propriocepção (o sentido do corpo para a percepção de si mesmo). A transferência das vivências do corpo para o mundo das imagens significa também sua transferência para um tempo in effigie, congelado em um eterno presente e portanto, sem presente. A imagem de um presente será sempre a sua própria ausência. Tal qual já estava presente na palavra latina imago, a imagem se associa ao retrato da morte.

A perda do presente

Ainda a respeito do fenômeno da perda do presente e sua relação com a escalada dos sentidos de distância, Walter Benjamin aponta, de maneira assustadoramente visionária, quando define a perda da aura trazida pela reprodutibilidade técnica e a conseqüente substituição do “valor de culto” pelo “valor de exposição”. Enquanto a aura seria uma “aparição única de uma distância, por mais próxima que estivesse” (cf. Benjamin, 1980:480), as imagens em profusão, trazidas pela reprodutibilidade, deverão exercer a função de “aparições múltiplas de uma proximidade, por mais distante que esteja”. Benjamin nos apresenta a alma das transposições planas: superfícies multiplicadas de uma proximidade sem profundidade, aparências de tatilidades que se resumem a superfícies sob superfícies, repetidas e idênticas, repetição de presenças sem presente.
Dietmar Kamper se refere, em seu “Unmögliche Gegenwart” (Presente impossível) a um “triunfo do olho sobre os outros sentidos humanos. As máquinas de imagens trabalham com força total no mundo inteiro. Velhas e novas mídias da visibilidade se superam [a cada dia]. Uma parte cada vez maior das coisas que existem ocorrem [apenas] no olhar. (Kamper 1995:54). E acrescenta logo adiante: “Ver permanece superficial. A profundidade do mundo não é para o olho. E quando o olhar penetra, apenas aumentam novamente as superfícies e superficialidades. A era óptica já o provou ex negatio. Seu lema ‘Tornar visível todo o invisível’ era duplamente enganoso. Não se acercou do invisível e produziu uma nova invisibilidade.”(Kamper, 1995:57).

O corpo invisível

Dentre as instâncias sem dúvida mais atingidas por esse processo de crescente transferência de valor, por um lado, agregação de desvalor, por outro, como vimos, está o próprio corpo, em sua motricidade, em sua comunicabilidade, em suas qualidades biofísicas e em suas qualidades culturais, de arquivo vivo e memória da história e da cultura humanas.
A crescente transformação do corpo em imagem do corpo tem história e histórias. E sua inicial indiferença e posterior cegueira, como resposta a este processo, também. O que seria então o corpo que não se enxerga, não se sente, não se percebe? Por quais caminhos chega-se a esse grau de negação? E por que um corpo se torna invisível para si e para outros corpos? Um corpo invisível seria um não-corpo ou um corpo-máquina, um supercorpo, que, em busca de si mesmo, fugiu para a bidimensionalidade, a unidimensionalidade ou mesmo para a nulodimensionalidade? Haveria algum cenário possível, ainda que remoto, de superposição e entrelaçamento simultâneos de todas as realidades dimensionais em uma só, sem que uma se impusesse sobre as demais como instância recalcadora?

Verdade é que vivemos hoje sob a marcha triunfal das realidades bidimensionais que trazem em sua alma as fórmulas abstratas da nulodimensão: por trás de uma imagem sintética já não há sequer uma imagem concreta e muito menos um corpo de matéria tridimensional; há apenas o conceito abstrato de entidades numéricas, codificações sem tatilidades. Dietmar Kamper descreve, em uma singular brochura editada pelo Vilém Flusser Archiv, sediado na Kunsthochschule für Medien Köln, uma conferência performática de Vilém Flusser, na qual este expõe com o próprio corpo os quatro passos no caminho da abstração crescente: “Ele [Flusser] caminhou para trás, falando e gesticulando sobre o palco do auditório, até bater com as costas na lousa. Depois veio de novo para a frente do palco e lecionou (dozierte) sobre a tecno-imaginação e as imagens sintéticas.(...)Antes como depois, as sugestões de Flusser, de como se pode efetivar a volta dos retrocessos históricos da abstração, não me parecem convincentes. [Mas] a situação de o homem depender de seus artefatos e estar, como sujeito, submetido a eles raramente foi apresentada e demonstrada de maneira tão imparcial como o fez o último Flusser.” (Kamper, 1999:5-6)
O próprio Flusser escreve em seu Vom Subjekt zum Projekt. Menschwerdung (Do sujeito ao projeto. Hominização):

“Com o primeiro passo de retorno do mundo da vida (Lebenswelt) – do contexto das coisas que dizem respeito ao homem – nos tornamos manipuladores e a práxis que se segue é a produção de instrumentos. Com o segundo passo de retorno – desta vez saindo da tridimensionalidade das coisas manipuladas – nos tornamos observadores e a práxis que se segue é o fazer imagens. Com o terceiro passo de retorno - desta vez saindo da bidimensionalidade da imaginação – nos tornamos descritores e a práxis que se segue é a produção de textos. Com o quarto passo de retorno – desta vez saindo da unidimensionalidade da escrita alfabética – nos tornamos calculadores e a práxis que se segue é a moderna técnica. Este quarto passo em direção à abstração total – em direção à nulodimensionalidade – foi dado pela Renascença e atualmente está completo.”
(Flusser, 1998: 21-2)

Flusser nos oferece uma das chaves para o processo de desmaterialização do corpo, na perda crescente das dimensões do espaço do corpo e do seu tempo de vida (cf. Blumenberg ). Os efeitos sobre a pluralidade da existência sensorial são com certeza imprevisíveis, porque o processo atua sobre as bases da propriocepção, gerando um corpo que apenas se vê quando é visto, se observa quando é observado, jamais se sente porque não pode ser sentido. Assim, também se pode considerar que jamais o gesto civilizatório do olhar, a visão e sua hipertrofia tenham causado efeitos tão devastadores sobre a cultura e a existência humanas. Tal qual o olho de um furacão.

Referências
AUMONT, Jacques. L'image. 1990 
artigo de Norval Baitelo Jr.: O OLHO DO FURACÃO: a cultura da imagem e a crise da visibilidade.
FLUSSER, V. (1998) Vom Subjekt zum Projekt. Menschwerdung. Frankfurt: Fischer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ensaios Abertos do GDC


Ensaios abertos do novo trabalho do Grupo de Dança Contemporânea da Ufba:
POP-UP VENTANA 1

Onde?
Teatro do Movimento - Escola de Dança da Ufba

Quando?
Hoje (15/10) ás 19h
Amanhã (16/10) ás 17h

Quanto?
Grátis


Programações paralelas:

15/10 Bate-papo com a equipe técnica do espetáculo ás 15:30
Aldren Lincon (Sonoplastia), Camila Correia (Iluminação), Fernando Lopes (Cenografia)

16/10 Brechó na Escola de Dança ás 16h

Cheguem!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

COLETIVIZANDO ESPAÇOS 1.1

VEM AÍ A CIA OBCENA DE ARTES!
possivelmente uma TAZ: Zona Autônoma Temporária.
No tempo das colisões e pressões.
No tempo em que a entropia gritar.
Fazer avançar numa miscelânea de auto-quebras brotos e mais brotos de arte, a semear de modo eroticamente absudo, assim como Sísifo, uma pedra a descer rolando a montanha, feito arte a cair ribanceira, tudo, tudo, tudo...criação abaixo!

A germinar!
Sem apego!
Sem pudor!
E sem moral!
Imoral!
Uma imoralidade de Artes!
ObCênicas.


 
(Thiago Enoque Sabiá)


http://ciaobcenadeartes.blogspot.com/
CONFIRA TAMBÉM:
http://autoliseobcena.blogspot.com/

Corpo em Quiasma - Investigação de Movimento

PROCESSOS DE ENSAIO-1

investigação de movimento
caminhada/ corredor.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

POP-UP VENTANA 1

Jañua.. labirintos..
O que você oferece ao olhar?
Frame-Fração-Retalho
A imagem é um acidente?
POP-UP: Uma obra nutrida pelos olhares.

"Eu penso com os olhos.
Muitas partes se movendo!
Eu penso vendo.
Há mais do que aparenta.
Eu penso pela visão e pelo movimento.
Um dá origem ao outro."
(Lisa Nelson)

Concepção: Gilsamara Moura
Criação: GDC
Elenco: Aline Nieri, Aline Lucena, Dirceu Mesquita, Fernando Davidovistch, Gláucia Rebouças, Inaê Moreira, Tarso Reis, Thulio Guzman.
Trilha: Aldren Lincoln
Iluminação: Camila Correia
Fugurino: Dandara Baldez
Cenografia: Fernando Lopes
Vídeo: Beto Basílio
Preparação Corporal: Sueli Ramos (Pilates), Teresa Fabião (Gyrokinesis)
Artista Colaborador: Giltanei Amorin

CURTA DANÇA ÁS 6 NO PELÔ

__________

Durante os meses de outubro e novembro, Salvador vai ser palco para uma série de espetáculos de dança com alguns dos grupos mais representativos desta expressão artística na capital baiana. No total, o projeto Curta Dança, às Seis no Pelô – contemplado pelo edital Tô no Pelô 2009, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia – vai realizar seis apresentações, sempre às segundas-feiras (04, 11, 18 e 25 de outubro e 01 e 08 de novembro), às 18h, no Largo Pedro Arcanjo – Pelourinho, com entrada franca.

Idealizado pela Mazurca Produções, o Curta Dança, às Seis no Pelô é o único projeto envolvendo esta expressão artística contemplado no referido edital e visa fortalecer o espaço para produção e circulação desta linguagem artístico-cultural na capital baiana. Os grupos que farão parte do projeto são Mazurca Criações com os espetáculos Dois Gumes e Interações, o Grupo de Dança Contemporânea (GDC), que apresentam Pop-Up, o Bamberg Cia de Dança, trazendo Benção, os dançarinos Leandro de Oliveira e João Rafael Neto, com Trilhas Urbanas e a dupla Edu O. e Lucas Valentim com o espetáculo Odete, Traga Meus Mortos.

Espetáculo Paradox

" As pequenas coisas que contrastam com as enormes.
O esquecido ao invés do sempre visitado
Rachaduras, remendo, resistência ao tempo, sobrevivência, manutenção.."

Algumas fotos da segunda experiência (área externa)





Thulio Guzman: Camila Correa, Gláucia Rebouças, Inaê Moreira, e Lucas Valentim.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Por aqui, ali, lá.





Escola de Dança da UFBA
Setembro/2010.

Mostra da Mini-Residência Autólise

07 de Setembro

                                               FOTO:Ivana Chastinet


*Experimentando fragmentos de "Corpo em Quiasma".

Vestido?
Calda longa-tecido pesado-formas-textura de fios-cor vermelho/cobre.
Côrte? Glamour?
Mulher?
Arrastar-se..

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

[De volta ao Palácio..]

                                     FOTO:Laura Fernandes


Mais uma vez investigando aquela paisagem.

No início do ano fui convidada para participar de um Editorial de Moda que partia da pesquisa de uma estudante de moda - Luana Vieira - sobre:
A mulher contemporânea em meio a arquitetura neoclássica.
Quais as relações?
Como seria "pertencer" àquele cenário nos tempos atuais?
Tentando também estabelecer uma conexão entre Salvador x Hamburgo.
As fotos ficaram expostas no Teatro ICBA por 1mês.

Agora estou de volta ao Palácio com o espetáculo de dança contemporânea da Prof. Drª Leda Muhana: Paradox.
Investigando inicialmente as minúcias de um lugar extremamente espetacular e grandioso.
Quase "fora do alcance das nossas mãos"
Na procura pelos cantos, pelo mofo.. pela teia.. pela poeira que nega..

Tá sendo muito gostoso voltar a pompa!
Rs!

mais sobre Paradox em:
http://espetaculoparadox.blogspot.com

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

FUNÇÃO no Dique do Tororó

19-09

Poeira levantou poeira!

Acordei com toda disposição pra sair capturando risos pela rua!
Eu e Farrapo nos aprontamos, testei um novo visual que deu muito certo, e Enoque ajudou com uma maquiagem simples.
- Lá vou eu pra minha primeira função domingo de manhã!
Estávamos muito animados, e já decemos a ladeira do Garcia cantarolando e brincando com quem quer que fosse.
Atravessamos a rua testando tropeços, e quedas.. chamando a atenção de um grupo de moradores de rua que estava por perto, sorriram.. cumprimentaram.. seguimos!
O caminho todo experimentando quedas, tropeções, giros, testa no poste, etc etc etc!
Algum evento acontecia ali perto da Cheiro de Pizza, já bem perto da onde faríamos a função.. no mínimo alguma campanha política..e é claro que chamamos a atenção de todos com as nossas paspalhices e brincadeiras.
Eu pegava os malabares e jogava pra cima, derrubava tudo, me embananava, enquanto Farrapo fazia a grama de escorregadeira, batia a cabeça na árvore, e comunicava com quem estava por perto.
Passamos pelo meio do povo arrancando no mínimo um sorriso de canto de boca de cada um..
Seguimos, cantando, pulando e dançando.
Até que encontramos Sudorino e Limonada que se arrumavam perto do parquinho das crianças.
Foi uma festa, pulamos um por cima do outro, nos abraçamos, dançamos, muito felizes de estarmos juntos ali; EU(POEIRA), SUDORINO(Pedro), e LIMONADA(Lara) recém iniciados, com uma energia monstra, super dilatada.. com vontade de aprender, de fazer, e principalmente de se doar!
Limonada começou a pré-convocatória pulando corda com as crianças.
Enquanto isso Farraro e Sudorino se arrumavam, e eu ia de um lado pro outro gritando:
- 5 minutos para o espetáculo começar!
Arrastamos a criançada pro lugar que faríamos a roda, na grama, debaixo das árvores que tem depois do parquinho, e fomos organizando a roda.
Eu e Limonada na pré-convocatória improvisando algumas brincadeiras, e anunciando o MOVIMENTO ABRE-RODAS, que o espetáculo começaria em 3,2,1..
Começamos eu e Farrapo com o número do Balão.. lindo!
Enquanto isso Limonada e Sudorino se ligavam na roda, organizando, e sentando nos extremos dela pra não correr o risco de ser desfeita.
Logo em seguida anunciamos o chapéu, antes do próximo número.
Depois Limonada e Sudorino fizeram um número de mágica que levou as crianças ao delírio! Rsrsrs!
Pra finalizar Farrapo e Sudorino brincando de equilibrar os malabares no queixo.
Passamos o chapéu no final.
Falamos um pouco sobre o Movimento abre-rodas e a Cia Obscena de artes..

Quando tudo terminou nos sentamos e conversamos sobre o que funcionou, e o que não funcionou.. Farrapo deu vários toques, estávamos muito felizes com a função, com a maneira que tudo se deu: leve, e ao mesmo tempo muito intensa para cada um de nós.
Contamos o chapéu, e fim.

Domingo tem mais!
10h no Dique do Tororó.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Processos Criativos IV



por Mab Cardoso.

Renato Ferracini (LUME)

Curso: O corpo como fronteira


"Corpo como potência artística e de criação. Não um corpo inserido em um contexto fixo delimitado e nomeado, quer seja teatro, dança ou performance, mas um corpo como fronteira expressiva que expande e perfura essas bordas criando um espaço único, mas, ao mesmo tempo interseccionando todas essas relações teatro/dança/performance. Esse workshop trabalhará, na prática, o corpo dentro dessa fronteira de criação, seja na relação com o espaço, com o outro, com a música, com os objetos, buscando, sempre, a capacidade expressiva corpórea de cada participante."


- Dilatação energética.
- Pulsão física/poética
- Dança Pessoal

Há muito tempo esperava por essa oportunidade.
Foi lindo!


                                                                Setembro de 2010.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A mulher-objeto como estratégia de comunicação na publicidade.
- garota propaganda: corpo tornado imagem de consumo

Norval Baitello Jr.: Imagens devoram imagens e devoram pessoas, tornando seres reais em meras imagens superficiais, sem profundidade, ou nuances, estabelecidas sob um papel social esteriotipado.

*antropofagia impura
Harry Pross: Tudo se dissolve em signos e abstração.

*perspectiva sob prisma de Baudrillard: publicidade do corpo de desejo
simulacro - simulação que esvazia a experiência do real, a partir de seu consumo, o ato da fruição do real perde seu sentido.
consumo do virtual em detrimento do real..
quando acontece o padecimento do olhar.

Dietmar Kamper: tudo que é exibido em demasia pode fadigar o olhar das pessoas, provocando a morte prematura de uma imagem.

"Mulheres" de Carybé

O primeiro insight para Corpo Quiasma:

                                                                    Mulhes. Carybé

domingo, 12 de setembro de 2010

Corpo em Quiasma - As imagens que nos devoram

                          FOTO: GLÁUCIA REBOUÇAS





Esse novo trabalho, consiste em um sólo baseado no livro de Norval Baitello: As imagens que nos devoram.
Em um mundo altamente globalizado, nos tornamos consumidores de uma profusão infinita de formas, cores, movimentos, e ruídos – Outdoor’s, Pop-up’s, Vinhetas, etc. E o corpo feminino se tornou principal ferramenta de sedução midiática nesse proceso.
Massificando padrões estéticos, ese corpo feminino passa a ser endeusado pelos holofotes, apresentado como lugar de equívocos históricos e histéricos. O excesso dessa visibilidade cega a percepção do homem para o corpo real, e o leva a asumir um corpo virtual.
Construindo intrigantes imagens, a partir e através do corpo, questiono o lugar onde o devorar o outro, será apropriar-se de toda constituição imagética do mesmo.


A performance estará na Mostra Osso Latino Americana de Performance - MOLA:

Movimento Abre Rodas

Estive em Pituaçu no último domingo (05/08) com Caxambó.
Alma limpa..

Nossa lei: a liberdade.



"Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão.."

Palhaçaria

1ª saída
Curso de Iniciação na Pesquisa do Palhaço
Messiê: Alê Casali

Campo Grande
Agosto de 2010

Cantarinas show!



Resultado das aulas de Música e Ritmo na Escola de Música da UFBA
Um grande salve pra Zézinho - José Alvaro - que dirigiu esse show performático divertidíssimo!
Cézinha na bateria, Joãzinho nos teclados, Fred na guitarra e nos arranjos..
úh!

Junho de 2010 - Escola de Dança da UFBA
.

Fragmentos de Mouna

Uma janela do processo criativo da obra:

















Concepção e direção: Inaê Moreira
Performance: Renata Magnavita

                                                     FOTO: GLÁUCIA REBOUÇAS
















Festival VivaDança - Teatro Vila Velha. Maio de 2010
.

Laboratórios - Escola de Dança


Espaço de experimentação, criação, e trabalho físico.

O processo criativo de Mouna acontece todas as quartas e sextas ás 10h na Escola de Dança, e além.. ao caminhar na rua, ou em qualquer outro lugar que esse silêncio se faça presente.
Continuamos estudando o silêncio, que se faz como escuta, abandono atento, entrega cuidadosa, participação, ação em sentido transcendental – ação que nasce de uma liberdade fundamental e, após mostrar-se como um poder-ser, passa a não poder deixar de ser..


Mouna (silêncio em sânscrito)

                                   FOTO: ALDREN LINCOLN



A idéia do espetáculo Mouna, surgiu de questionamentos acerca do Silêncio. 
Como estudante de Dança na UFBA, entrei em contato com as idéias de John Cage e seu estudo sobre o Silêncio, o que despertou em mim a curiosidade e o interesse pelo assunto. Reuni colegas de turma - Luiza Agra e Renata Magnavita - que também estavam interessadas em trabalhar com o tema, e formamos um coletivo.
Partindo dos nossos entendimentos pessoais acerca do Silencio, relacionamos as idéias levantadas com a música O Silêncio de Arnaldo Antunes, inicialmente pensada como uma possível trilha sonora para a obra. Resolvemos nos aprofundar na pesquisa sobre o Silêncio articulada à linguagem da dança, o que culminou na configuração da obra Mouna.
Mouna (“silêncio” em Sânscrito) é para nós a corporalização do Silêncio e suas possibilidades. O estudo se dá através de diversas referências, entre as quais podemos citar como principais: John Cage, e a filosofia Zen. 
O Silêncio se mostrou muito além da ausência de sons, ou de um calar-se. É onde infinitas possibilidades acontecem. Preenche todos os espaços, e está em toda parte. “O Silêncio não é acústico, [...] é uma mudança da mente, uma reviravolta.”(John Cage).
Percebemos que em partes da cultura ocidental essa idéia de Silêncio não é experienciada, pelo menos não conscientemente. Vivemos em uma lógica imediatista, em que se buscam resultados, produtos. Somos bombardeados de informações e metas a cumprir. Nessa lógica, silenciar não parece ter finalidade. Dentro das nossas interpretações, silenciar atribui um valor especial a um “estar no mundo”, a própria existência humana. Experienciar o aqui-agora, dar atenção aquilo que acaba sendo engolido pela “correria” cotidiana, e direcionar a um autoconhecimento, pode levar-nos a um silêncio interior identificado como a chave para novas posturas diante a vida.   
Entendemos que existe uma incessante pulsão poética do corpo pelo prazer de cada instante, e esse é um dos motivos que impulsionaram a nossa investigação corporal. Buscamos estar neste lugar, dançar este momento presente, e dar atenção ao que passa despercebido. Ao mesmo tempo, buscamos vivenciar um dissolver de fronteiras, no sentido de sair do plano individual e perceber um pertencimento ao todo. Quando Cage afirma que “nenhum som teme o silêncio que o extingue e não há silêncio que não esteja grávido de som”; não se trata simplesmente de uma inter-relação entre som e Silêncio, mas, poder de eclosão, posto que são face e interface desse mesmo tecido. O Silêncio está além, é a idéia de que co-pertencemos a um todo, e nos contaminamos desse todo por sermos parte de sua existência, sua totalidade.

Em 2009, tivemos a primeira apresentação de Mouna no Teatro do Movimento, na Escola de Dança da UFBA. Lá usamos a obra 4’33 de John Cage (em formato de projeção), interpretada por David Tudor. Na “poética da escuta" de Cage, o ato de escutar constitui também um ato criativo. O ouvinte compõe de acordo com as condições dadas pelo ambiente e pelo compositor. A música consiste, justamente, em escutar as sonoridades e as qualidades particulares dos sons do espaço envolvente. Em Mouna dançamos esses Silêncios, mantendo uma relação com toda a atmosfera que se fazia presente, experimentando o que Cage denominaria por“multiplicidade de centros em estado de não obstrução e de interpenetração”.

Optamos por explorar o Silêncio do movimento, no seu esvaziar, criando um vácuo de tempo no interior do próprio movimento. Desprendendo o ritmo dos movimentos entre nossos corpos, e à medida que nos libertávamos desses ritmos, a velocidade aumentava ou diminuía desarticuladamente. Os gestos corporais decompunham-se, desembocando numa espécie de flutuação. Essa tentativa implicava em explorar o “acaso”, aplicada também em outros âmbitos. Utilizamo-nos do mesmo procedimento para compor a iluminação, a espacialidade, e as movimentações. Construímos através de nossos entendimentos partituras de movimentos individuais, que aconteceram no mesmo espaço-tempo, estabelecendo relações que se davam em tempo real. Ocupamo-nos em manter uma relação com o todo, como uma atitude, uma postura de ação que engloba (além de nós) a platéia, a projeção, tudo que compõe a cena.

                                       FOTO: NIKHIL
Com a entrada de uma nova integrante - Gláucia Rebouças - ao trabalho, e a vontade de continuar a pesquisa, fomos descobrindo novos caminhos e ampliando o conhecimento a respeito do tema. Isso abriu janelas para processos criativos e idéias de cena. Laboratórios corporais e discussões nos possibilitam trocas de informações e novas compreensões. As reflexões individuais a respeito do tema permeiam o nosso cotidiano, sendo os encontros, espaço de compartilhar as descobertas, inquietações e de experimentar o que consideramos “relevante”. Os laboratórios vêm nos permitindo trazer idéias para a dança, transformá-las, transcendê-las, e sempre gerar outras. Utilizamos múltiplos impulsos e recursos como: palavra (escrita ou oral), sons, músicas, espacialidades diferentes, muitas vezes filmamos estes laboratórios, e as filmagens tornam-se materiais de estudo.
Dos nossos experimentos organizamos “Fragmentos de Mouna”, instalação apresentada no IV Festival Viva Dança. Essa surgiu de nossas investigações, e da idéia de fazer uso do texto da música O Silêncio, de Arnaldo Antunes. Um experimento dentro das pesquisas de Mouna que acabou transformando-se em obra, trazendo novas propostas e idéias para cena.
Seguimos com o processo de Mouna, re-configurando a obra a partir dessas novas investigações e insistindo na exploração desse universo de possibilidades que o Silêncio traz para a dança, infinitos Silêncios que se cruzam e entrecruzam.

sábado, 11 de setembro de 2010

Ler a janela como espaço construído que produz sentidos é também afirmar o seu caráter de signo que comunica um modo de pensar e conhecer. Na sua qualidade de signo do espaço arquitetônico, o modo de construir a janela comunica o sentido que o conceito de montagem adquire como um procedimento construtivo no espaço, tendo em vista a conexão/interface que estabelece os demais signos, espaços. Visualidade e visibilidade são duas faces do signo janela cujo caráter de representação é dar corpo a própria conexão, produzindo um continuum entre os espaços construtivos e cognitivos.
Entrada, acesso, caminho.
Janus: O Deus dos começos.

Ellaine Caramela